Noite fantástica

Para estudar em profundidade uma obra literária, é indispensável conhecer os trabalhos críticos já realizados sobre elas. Quando se trata de um texto seminal das poéticas do mal na literatura brasileira, como é o caso de “Noite na taverna” (1855), tal tarefa se torna ainda mais importante. Esse é o objetivo de Karla Niels em sua dissertação de mestrado, defendida em 2013. A pesquisadora apresenta um levantamento de textos, publicados desde o século XIX até o XXI, que analisaram os contos de Álvares de Azevedo. Nesse percurso, observa que diferentes etiquetas foram empregadas para classificar as narrativas — “fantástica”, “sobrenatural”, “de horror”, “tétrica”, “sombria”, “macabra”, “monstruosa”, “dantesca”, “simbolista avant la lettre”, “gótica”, “satanista”, “byroaniana” —, o que demonstra a sua pluralidade discursiva.